A Paralisia do nervo facial (VII par craniano), completa ou incompleta, pode gerar consequências que afetam as pálpebras, estruturas importantíssimas para manter a integridade dos olhos e da visão.
A paralisia do VII par pode ter diversas causas. A mais comum é a Paralisia de Bell, ou idiopática. Ocorre de forma aguda, não contagiosa, podendo ser acompanhada de cefaelia. Nesse caso, geralmente há melhora dos sintomas em cerca de 6 meses, podendo também deixar sequelas. Outras causas, englobam infecção ou compressão tumoral.
O quadro clínico varia conforme o acometimento do nervo (total ou parcial), podendo ocorrer:
– Apagamento dos sulcos na região frontal ipsilateral;
– Ptose de supercílio (queda da sobrancelha);
– Retração palpebral superior : o olho fica mais “aberto”que o normal
– Lagoftalmo: Incapacidade de o olho fechar totalmente
– Ectrópio por frouxidão palperal: a pálpebra inferior fica voltada para “fora”por flacidez palpebral
– Lacrimejamento:
– Olho vermelho;
Na fase aguda, o tratamento ocular é realizado com lubrificante, gel ocular e oclusão palpebral. Já na fase crônica, dependendo das sequelas, o tratamento é cirúrgico.
– Tarsorrafia: Corresponde ao ato de ocluir as pálpebras de forma cirúrgic (com fios). pode ser temporária, com intuito de desfazer depois de algum tempo, ou definitiva. Sabe-se que o fechamento palpebral de cerca de 4mm reduz a exposição da córnea em 25%, já sendo suficiente para preservar a saúde ocular.
– Implantação de Peso de Ouro na Pálpebra Superior: Cirurgia realizada com o intuito de proporcionar o fechamento completo do olho e abertura palpebral eficiente. O peso de ouro é posicionado entre a superfície tarsal anterior e o músculo orbicular pré- tarsal. O peso pode variar entre 0,6 a 1,6 gramas e tem formato encurvado;
– Correção do Ectrópio Paralítico: Ocorre através do afastamento da margem palpebral para longe do globo ocular . Para corrigir, realiza-se um procedimento cirúrgico que faz o encurtamento horizontal palpebral para voltar a sua posição normal.
– Correção da Retração palpebral inferior: pode-se realizar a desinserção dos retratores da pálpebra inferior ou o enxerto de cartilagem auricular/palato em forma de “coluna”, para eleavar a pálpebra inferior. A técnica usada dependerá o grau da retração.